I Simpósio sobre Ação conjunta entre
Radioamadores e Defesa Civil
Equipiranga 10 anos
Cultura - Meio Ambiente – Cidadania
A ONG Equipiranga completou 10 anos de fundação e realizou o
I Simpósio Equipiranga 10 anos, nos dias 17, 24, 25 de novembro e nove de
dezembro no Hotel News na cidade de Piranga.
A ARUR, Associação de Rádio Amadores de Ubá e Região,
participou do evento com a presença dos radio amadores: Silair Xavier(PY4-UBA), André Luiz Bressan(PY4-BRE), Marco Antônio Muniz(PY4- MZ), Alessandro Luis Inácio(PU4-ISA), William da Silva Ferreira(PU4-FER), Roberto Xavier(PY4-RBX), Sebastião Minatelli(PU4-MJF), Paulo
Cesar Ferreira(aluno) e Sérgio Balbino de Almeida(PU4-SBA).
O Simpósio tratou de temas voltados para sustentabilidade,
proteção ao meio ambiente e também ações em caso de catástrofes naturais.
O evento iniciou com palestra do Nilo Sérgio Gomes,
engenheiro do SENGE, Sindicato dos Engenheiros de Minas Gerais e conselheiro do
CREA, Conselho de Engenharia Estadual. Abordou temas sobre coleta seletiva de
lixo e criação de ETE, Estação de Tratamento de Efluente, via Copasa. Informou
que o sindicato além de regularizar a atividade da engenharia, debate temas
voltados para sustentabilidade e tem grande interesse em apoiar e estruturar as
ações voltadas à proteção ao meio ambiente.
Em seguida o aluno Ronaldo Guerra de Souza da FASAR,
Faculdade Santa Rita do curso de engenharia ambiental de Conselheiro Lafaiete,
apresentou um trabalho sobre energias renováveis.
Comentou sobre energias: geotérmica, eólica, biogás,
biomassa, das marés, solar e hidroelétrica.
Destacou que temos em nossa região volume considerável de
recurso hídrico. Este potencial está sendo utilizado através das PCHs, Pequenas
Centrais Hidrelétricas, que estão sendo construídas em grande quantidade na
região da Zona da Mata Mineira. O biodigestor
é uma solução que pode ser construída com baixo custo em condições de suprir a
necessidade de gás de pequenas comunidades.
Vantagens de usar as energias renováveis: elevada
disponibilidade, redução da emissão de gases com efeito estufa, descentralização
da produção de energia, redução do volume de investimentos na expansão de
linhas de transmissão, minimização de impacto ambiental e escoamento de
resíduos.
Os alunos Débora Rodrigues, Francielly Campos e Rafhael da
FASAR, realizaram um estudo no Alto Paraobeba envolvendo as cidades e
comunidades com objetivo de coletar amostras de água a fim de medir o teor de contaminação
dos mananciais da região. Utilizaram como parâmetro o ISA, Índice de
Salubridade Ambiental, e foi encontrado presença de agrotóxicos e coliformes
termotolerantes. Concluiu que as famílias com menor renda possuem os menores
índices de controle, principalmente voltadas para cultura de subsistência.
A militante Talita Vitória de Viçosa, integrante do MAB, Movimento dos
Atingidos por Barragem, que tem por objetivo amparar as famílias atingidas pela
construção de barragens, informou que atualmente são nove projetos de PCHs na
bacia do Rio Piranga. O MAB, em conjunto com estado fez um relatório com os
direitos dos atingidos. A comunidade ainda não tem ciência destas obras e os
impactos. O MAB faz o trabalho de conscientização e atua junto às comunidades
amenizando os impactos causados pela construção de PCHs.
Penha e equipe, integrantes da ROER, Rede de Operações de
Emergências de Radio Amadores, da cidade de Petrópolis, esteve presente no
evento promovendo uma palestra demonstrando a atuação junto às catástrofes
naturais na região de Petrópolis, comentou sobre as condições geográficas e
estruturais na região. Apresentou áreas de risco e o trabalho de
conscientização destas comunidades. Comentou que os Radio Amadores trabalhavam
soltos e recentemente o Peixoto criou uma ONG chamada Comando da Paz e buscou
profissionalizar a prestação do serviço nas catástrofes. O grupo iniciou com seis
radio amadores que e buscaram apoio de um grupo do Paraná para dar exemplos de
atuação nas crises. Receberam o apoio da secretaria do meio ambiente e
bombeiros com treinamento com objetivo de se organizarem para apoio aos casos de
necessidade. A Defesa Civil Municipal também apoiou as simulações de
nivelamento. Houve um caso de
treinamento num bairro de Petrópolis e por coincidência ocorreu um deslizamento
duas semanas após o treinamento e o trabalho de apoio foi eficaz.
A função do grupo é dar o suporte as equipes de resgate e
apoio. Comentou sobre técnicas e procedimentos na comunicação de forma a ajudar
as operações e equipes.
Atualmente fazem um trabalho de divulgação do radioamadorismo
nas escolas e comunidades com objetivo de promover o surgimento mais membros e
voluntários.
Utilizam uma frequência principal, de emergência, para
promover a ajuda e uma secundária para troca de informações com as equipes de radioamadores.
Citou algumas dicas para maior eficiência nas atuações: a equipe deve manter a
ética e manter um organograma para que todos conheçam suas funções para que não
haja atropelamentos de informações. As mensagens devem ser curtas e
significativas. Sempre trabalhar em equipe. Respeitar as funções de cada
membro. Anotar as frequências de uso. Modular com calma e pausadamente.
Conscientizar do momento que está acontecendo a sua volta para ter
discernimento e prioridade nas informações. Faça apenas o que estiver ao seu
alcance, não faça algo em que não foi treinado.
Foram apresentadas imagens de operações reais em que houve a
atuação do ROER.
O Major Edylan Arruda, Superintendente Administrativo da
Defesa Civil Estadual comentou que a defesa civil de Minas Gerais utiliza a Polícia
Militar como apoio avançado para a coordenação da Defesa Civil.
Para o Plano de Emergência Pluviométrica o estado dará o
apoio e mobilizou todas as secretarias do estado para auxiliar à defesa civil e
as secretarias do município. Normalmente as cidades possuem uma ou duas pessoas
na defesa civil e utilizam a estrutura das secretarias municipais. Na defesa
civil o trabalho principal é a prevenção
e apoio as famílias atingidas.
Planejamento e ações da Defesa Civil Estadual:
- ·
Possui um estudo pluviométrico estadual e está
fazendo o apoio a defesa civil regional e conscientização das cidades com os riscos
eminentes.
- ·
Os meses de risco são dezembro e janeiro e os
municípios precisam planejar os treinamentos necessários, a maioria dos casos
tem como evitar as mortes.
- ·
Existe o curso de capacitação em proteção e
defesa civil, são: Curso Básico de Defesa Civil (CBDC) e Curso Básico de Sistema
de Comando em Operações (CBSCO) e Curso Internacional de Educação em Prevenção
a Desastres Naturais.
- ·
O Governo Federal possui recursos para a defesa
civil que deverá ter um registro junto a Junta Comercial, possuir um CNPJ para
receber os recursos e equipamentos de apoio.
- ·
Desenvolvimento da Política de Voluntariado,
articulação da estratégia estadual de atuação durante o período chuvoso,
realização de campanhas públicas educativas, alerta através de SMS cadastrados
na defesa civil, divulgação na imprensa e rádios comunitárias.
- ·
O trabalho de prevenção deverá ser realizado
pela defesa civil
- ·
Parceria CEDEC com a Vivo e Iveco. Celulares
para áreas de risco e veículos para apoio em emergências
- ·
Gerenciamento de barragens junto a CEMIG.
- ·
Alertas por email e SMS
- ·
Auxílio aos municípios na decretação de situação
de anormalidade. Foi criado um sistema on line em que o valor será creditado em
conta específica da Defesa Civil Municipal e o uso deste recurso será feito
através de um cartão magnético de crédito. Com isto o processo de ajuda será
imediato sem burocracias.
- ·
Informou a aquisição de equipamentos
potabilizadoras de água móvel com capacidade de 1,8 milhões de litros de
água/dia.
- Força
tarefa de profissionais especializados para a resposta e reconstrução.
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Plantação CEDEC 24 horas:
o
Tel: (31) 3915 9000 (31) 3915
0274 (31) 9818 2400
Comentou sobre a ação dos Radioamadores na catástrofe em
Guidoval onde as comunicações estabelecidas na madrugada alertaram a Defesa
Civil Estadual e imediatamente deslocaram uma aeronave para dar o apoio à
emergência.
O Tenente Lima do 3° Pelotão do bombeiro de Conselheiro
Lafaiete atende a 24 municípios da micro região, apresentou os objetivos da
corporação que é identificar as missões do bombeiro, conhecer a área de risco,
principais áreas de risco, identificar a situação de risco e a importância do
COMDEC – Conselho Municipal de Defesa Civil. A missão é atender as vidas em
risco e resgates em acidentes e catástrofes.
Apresentou as cidades e áreas de risco sob a
responsabilidade do 3° Pelotão.
Ressaltou que os COMDECs devem receber treinamento com boa
via de comunicação para fazer a medições do nível dos rios com réguas
pluviométricas e avisar as cidades abaixo.
Demonstrou as técnicas utilizadas para análise da áreas de
risco.
Contato para contatos de emergências: (31) 3761 5062 (31)
3761 5291 (31) 9977 1338.
Silair Xavier, presidente da ARUR – Associação de Rádio
Amadores de Ubá e Região apresentou os objetivos do Rádio Amador e da ARUR.
Relatou o apoio realizado na cheia do Rio Chopotó em janeiro
de 2012 em que atingiu a cidade de Guidoval. A única comunicação que foi
possível durante três dias foi somente através de rádio e como foram as ações
naquela cidade. Demonstrou graficamente como funcionou a estrutura de
comunicação em Guidoval.
Apresentou os equipamentos que foram utilizados em apoio a
Guidoval.
Explicou tecnicamente como funcionam as transmissões dos
sinais via rádio e a forma de operar através de repetidoras.
Apresentou os custos de equipamentos demonstrando que o
rádio amadorismo é um “sacerdócio” e as pessoas trabalham pelo ideal.
APRS é sistema para rastreamento de estações de radio
amadores em que fica fácil realizar o monitoramento destas estações ou viaturas
em situações de emergências. O rádio amadorismo conseguiu uma parceria com a
Google Mapas para realizar este tipo de serviço. Através do celular com sistema
Androyd também poderá operar através do APRS.
Outra oportunidade é utilizar a internet através da estação
de radio amador. Com esta tecnologia é possível transmitir imagem via rádio. No
caso de Guidoval, imagens metereológicas foram transmitas via rádio.
Atualmente existe um espaço reservado exclusivo para o
serviço de radio amadores como apoio e reconhecimento, demonstrando o interesse
e valor ao serviço. Existe um espaço também na Estação Espacial Internacional
para comunicação de radioamadores, é um serviço que os astronautas utilizam
para comunicações com seus países.
Texto: . PU4-SBA –
Sérgio Balbino de Almeida
Fotos: . PU4-SBA –
Sérgio Balbino de Almeida
. PY4-BRE – André Luiz Bressan